Honestamente, amigos

Eu aprendi esfolando os joelhos nas calçadas que para crescer é preciso olhar firmemente para o escuro. No começo o que vemos são nossos próprios fantasmas, com o tempo a vista se acostuma e podemos enxergar a nossa verdadeira alma. Ela não é branca, impoluta, ela não é correta, ela não é boa: porque ela abraçou cada cena da nossa história, até aquela onde furtamos um livro numa livraria chique. Não é poesia: eu já roubei um livro quando jovem. Não tinha grana para comprar e era um livro, o que torna o roubo meio romântico, mas não acho que deveria ter feito. Posso suportar o fato de que errei e não autorizo ninguém a me agredir por isso. Então, quero falar brevemente sobre nosso momento político, porque sempre fui um ser político e participei ativamente deste jogo, inclusive como publicitária. Sim, existia um jogo de poder e o jogamos: uns em nome da ganância, uns em nome de um ideal, uns em nome de uma extrema vaidade. E se erramos, e se provarem que erramos, devemos pagar. Julgar um erro pode ter um viés imensamente subjetivo, para isto combinamos regras e escrevemos num livro chamado Constituição. Você discorda delas? Problema seu. Tire a bunda da comodidade de estar certo e vá brigar para que a Constituição mude. Estou colocando meus heróis na fogueira, não preciso de heróis. Ao mesmo tempo estou acolhendo seus erros e procurando entender suas razões, não preciso de culpados.  Quero ir até o fundo e não vou me agarrar a nenhuma ilusão, por mais que doa, porque quero sair do poço, definitivamente. E denunciarei sua insensatez, sua intolerância, seu ódio, seu fanatismo, sua grosseria, sua imaturidade, com o amor de uma menina que um dia roubou um livro e que eu abracei e ajudei a crescer. Sem sair do seu lado. E isto, hoje, é um ato brutalmente político. 
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Comentários

  1. Minha esperança está naquele que está sob minha responsabilidade de formação biopsicosocioespiritocultural. De nada adiantará a remoção daqueles de má índole se não formarmos e incluirmos os de boa. ✨

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    1. Concordo. Estamos competindo sobre quem é pior e esquecendo os bons.

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  2. Cara amiga Tania, ao ler seu texto fiquei com as seguintes dúvidas: ela está com dúvidas sobre o que temos visto e ouvido nas gravações expostas, legal ou ilegalmente, nas mídias de todo o mundo? Ou será que foi capturada pelo discurso dos marqueteiros da Dilma, ao citar a constituição e concordando com o “NÃO VAI TER GOLPE”? Como já discordamos com relação aos movimentos dos políticos por várias vezes, sinto-me confortável para dar um pitátulo nas suas dúvidas.
    Acho que, não sei porque razão, não ponderou que suas convicções esbarariam no homo sapiens. Um animal corrupto e perverso por instinto.
    Como sabe, não tenho partido político e muito menos político de estimação.
    E posto isto, tenho liberdade para dizer o que sempre ouvimos dos nossos avós na nossa querida e amada Minas Gerais. “ a ocasião faz o ladrão”.
    E cada dia mais, infelizmente, este ditado popular fica mais evidente para mim.
    O Lula e sua trupe demorou mas se mostrou.
    E como boa psicóloga que é, sabe que, se quisermos conhecermos verdadeira uma pessoa é só dar poder para ela.
    E o Lula é isto aí, “escotro” nas suas falas e atitudes.
    Estou com vergonha de ser brasileiro por ter este bando de políticos sem nenhum escrúpulo dirigindo o destino de mais de 200 milhões de pessoas. Sai uma gang e entra outra.
    Aproveito para mandar um beijos para o trio. A minha dupla está no Canadá a 2 anos e provavelmente irão continuar seus estudos na Dinamarca.
    Grande abraço.

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    1. Nelson querido, concordo que sai uma gangue entra outra. Se houver legalidade no impeachment que se cumpra. Se é que vai existir um congresso de pé até lá depois da Odebrecht. Obrigada pelo carinho!

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