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Mostrando postagens de agosto, 2015

Quando comecei a roubar

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Eu resolvi roubar também. É. Vou roubar os outros. Vou aderir à roubalheira institucionalizada, juntar-me aos maus e engrossar a farra do cada um por si. Chega desta bobagem de querer fazer arte aos trancos e barrancos, implorando esmolas do Estado ou ajoelhando para o marketing dos patrocinadores. Melhor ser criminosa que ser artista nesta triste república verde amarela. Chega. Encheu. Vou chamar umas amigas que também andam bem de saco cheio da falta de tudo reincidente no cotidiano tupiniquim e vamos montar uma gangue. De dia, vamos levando esta vidinha besta de ler jornal e descobrir que fomos vítimas mais uma vez dos políticos, dos líderes da nação e dos chefes das quadrilhas de todos os níveis hierárquicos, mas de noite... Ah! de noite vamos à forra. Vamos tomar o nosso na marra, enfiar uma arma na cara dos que ainda vagam por aí indefesos e arrancar tudo que der. Vamos assumir nosso parentesco com aquele ladrão português que foi abandonado na Terra Brasílis pelas primeiras ca

Como um general, como um monge

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Kazuo Ohno - Butô Há que se ter uma disciplina assustadora no amor.  Nada mais fácil que se distrair dele. Há tempos me converti de novo na autora da escrita abandonada. Justificavelmente, afinal de contas, eu tenho trigêmeos, eu tenho cachorros, eu tenho gatos, eu tenho casa grande, eu tenho que ganhar dinheiro, eu tenho que tocar projetos artísticos, eu tenho coisas demais que comem tempo. O amado e vital ofício de escrever que se encaixe no rabo da fila das prioridades. Não posso parar uma hora inteira para escrever, é um desperdício inadmissível de minutos na vida de demandas empilhadas que levo. E está tudo bem se não escrevo. O leite não derrama se não escrevo, a criança não perde o ano na escola se não escrevo, não cortam a minha luz se não escrevo. Então não escrevo. É só algo que amo. Amo tanta gente pra quem não dou sequer um telefonema por meses a fio. Amo ficar deitada no quintal no sol de inverno e o inverno já vai acabar e minha pele nem sabe mais o que é sol. Está t