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Meia Luz

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Neste momento de meia luz, meia clareza, meia vontade de prosseguir, embalo meu sonho no colo feito criança que acordou na madrugada de um pesadelo muito vívido. Meu sonho olha com as pupilas dilatadas nos meus olhos pedindo uma palavra de conforto. Desvio olhar e balanço o corpo resignada. Lá fora o ódio pulando de boca em boca numa corrente que resseca almas e disponibiliza de cada um o seu pior. Meu sonho, trêmulo em meus braços, nada entende. Quando foi que minha felicidade se atravessou no caminho da sua? Quando foi que, para você ser família, eu não pude mais ser livre? Quando foi que a minha arte, feita na peleja constante da falta de tudo, ameaçou a economia do seu país? Quando foi que o meu amor por alguém do mesmo sexo te impediu de amar quem quer que fosse com o amor ao próximo que seu Deus te pediu? Nesse momento, em que a chama da minha vela fraqueja exposta à ventania e meu sonho sente frio, eu te pergunto minha irmã, meu tio, meu vizinho, minha amiga, transeunte que