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Mostrando postagens de dezembro, 2015

No que havia

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Estou confortável dentro de mim. Pelo menos por agora não há faltas ou sobras me tirando o sono. A dança multicolorida das chamas da fogueira não seduz mais minha borboleta. Era a morte? A glória? Não busco mais tanto. Quero fazer as coisas no aqui e agora com a inteireza do meu presente. Sou esta, não aquela que eu devia ser. Dirijo um carro cheio de crianças rumo à escola, inteira como quando escrevo um poema. Faço coisas pequenas, anônimas, e acho que Deus está me olhando, então me esmero. Ofereço o meu melhor ao outro: o presidente da multinacional, o porteiro do prédio. E o exercício do meu melhor me revigora. E não é papo furado mais. Não é exibicionismo, fome de reconhecimento, tapinha nas costas. Não é blefe. É o amor liberto das mesquinharias do ego me preenchendo em cada fresta. Fiz as pazes com o ser humano. Gosto de pessoas desconhecidas que atravessam a faixa de pedestres na frente do meu carro. Incompletas, tortas, atarantadas, cada uma, uma peleja. Estão tentando.  Me

Os DOBEM e os DOMAL

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Photo by Alexey Menschicov Tenho horror a radicais. Não estou falando de terroristas islâmicos, estou falando de homens e mulheres bomba das redes sociais.  Um radical cheio de boas ideias e boas intenções, um radical do bem, da saúde, do amor é um grande egocêntrico chato. Por que ele está certo, e gente certa é um porre. E as redes sociais me fizeram conviver com radicais chatos muito mais do que eu pretendia. Eles dividem o mundo entre os conscientes, inteligentes e bacanas que estão do lado de cá e os pobres coitados, estúpidos, alienados do lado de lá. E se você não pensa ou age como ele é porque você ainda não entendeu de fato as coisas. Às vezes, ele te tolera, mas atualmente ele anda mais propenso a explodir os que estão ao alcance com comentários grosseiros ou apenas herméticos num post. Na cabeça dele existem pessoas DOMAL e pessoas DOBEM. Não existe um contexto, ele não se aprofunda na compreensão da atitude do outro que, vá lá, foi DOMAL. Olha por cima, vê quanta gente