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Mostrando postagens de junho, 2014

Ganindo Baixinho

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Vai amigo, vai latir para as nuvens, vai dar saltos e fazer suas cabriolices para o deleite de Deus. Vai guardar os portões do céu com aquela firmeza e dedicação que você guardou o portão da nossa casa no dia em que o esquecemos aberto. Vai meu amor, chorar seu latido engraçado na porta das cadelas-anjo no cio que era quase uma fala de personagem de desenho animado e fez tantas vezes a gente esquecer as durezas da vida e sorrir. Vai viajar ao lado do sol na sua carruagem de fogo com aquela pose imponente de vigilante atento que você tinha ao passear de carro com a gente no banco do carona. Vai sentar e dar a patinha para São Pedro que ele há de ter um biscoito pra você em sua túnica. Vai meu filho preto, tomar conta dos anjinhos bebês com o carinho que você sempre teve para os filhotes de bicho e de gente e afugentar a maldade com seu semblante imponente de compenetrado guardador. Nós ficaremos aqui um pouco menores, encolhidos pela saudade, com o nosso rabo entre as pernas por um t

Desce Para o Céu

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Amada, acorda para o orgulho que te prende ao lodo. É o orgulho da mãe injetado em sua veia com a seringa enganadora da baixa autoestima. É assim que nascem os orgulhosos: das pisadas que acumulam no ego. Eles se esforçam, estudam, ficam ricos, viram gênios, tornam-se fortalezas humanas e moram em castelos de solidão. Porque não são inteiros. Este texto agora pode ser lido na íntegra no novo livro da Senhorita Safo.  Disponível a partir de 12/03/2016 no site das melhores livrarias.

Boçal no Automático

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Quase 50 anos e decidi ser radical. E não combina. Aos 50 todo mundo espera da gente um quantum de parcimônia. Sei lá, acho que foi o chaqualhão com a morte do meu pai, como um chute no pé da mesinha de centro da sala: o vasinho de cristal rodou, rodou e foi dar de cara no chão. Foda-se: nunca gostei daquele vasinho. Acordei querendo que gostem menos de mim, com tendências para vestir a máscara do inimigo. Uma vontade avassaladora de ser sincera. Sabendo que sinceridade é um troço que não cabe no modelinho século XXI. Somos falsos como um whisky paraguaio. Fazemos média o dia inteiro com o patrão, com o coleguinha de trabalho, com o público, com o porteiro do prédio, com o nosso grande amor. Aquele bosta que se acha o dono da verdade. A gente engole o sapo vestido de porco espinho pra não correr o risco de botar fim no casamento e ficar só. Vai que é pior. Nas empresas então, nunca fomos tão falsos. O chefe escroto, candidato a psicopata, grosseiro, chicoteador, sorri com o estandar