Eu não sou Ela

É preciso esclarecer os fatos: eu não sou a Senhorita Safo. Leitores deste blog têm me confundido na rua com ela. Então lhe pedi um espaço para defender-me. Tenho estreitos vínculos com esta pessoa mas não posso responder aqui por suas opiniões. Sou uma vítima como vocês. Senhorita Safo me invade, assim como faz com suas caixas de email. E quando vejo, lá está mais um post. É um personagem dos muitos que carrego e que derramou para a realidade. Porque Senhorita Safo não cabe mais em sua gaveta. Onde eu me calo, ela quer berrar. Ficou impraticável nossa convivência sem alguma forma de separação. Dei a ela um blog para que ela não me desse um câncer. E quando ela escreve, me retiro. Leio depois assombrada suas explosões de sentimento... bons e maus. Sua explicitude. E penso que não serei responsabilizada pelo que ela fala. Meu nome sequer consta dos textos. Mas não é assim. Os leitores me olham enviesado: vieses de amor e de ódio que são para ela. E tenho medo. Conheço Senhorita Safo, ela não sabe o que é pudor. Por isso vim aqui adverti-los do perigo de ouvi-la. Eu tento não ouvi-la. Porque em minha vida média não cabem sua crueza, sua raiva, seus excessos. Estão avisados. Não usarei mais o espaço aqui pois terei que dar a ela, em troca, espaço em minha vida média, e vai que, nestes minutos dela, eu largue tudo, mande meu chefe à merda, mude de sexo, vá para a cama com o porteiro, mate um político... Ela deu uma risada aqui, dentro de mim. Canalha! Melhor parar, vai que...
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