Tributo ao Amor Impossível

Em que local mágico ficam guardados os amores impossíveis? No bolso da camisa azul do homem poderoso e sem tempo? Na caixa marchetada sobre o guarda-roupa da velhinha que amargou? Na bolsinha de fuxicos daquela menina que chora no ponto de ônibus? Atrás dos olhos castanhos de medo da mulher que não se lançou no abismo? Em cartas amareladas escondidas no fundo de gavetas em cidades diferentes? Onde o monumento dos amores que seguiram se amando distantes apartados por um oceano de “nãos”? Onde o jardim dos amores que brotam em pedras secas e vivem eternamente animados por raros raios de sol? Onde o pedestal do amor que chegou na hora errada: tarde ou cedo demais? Amor dos que disseram adeus e se foram sangrando eternidade adentro? Dos que não deram conta? Em que altar consagraremos os amores doídos que viveram no silêncio? Onde posso registrar meu tributo afetuoso ao seu amor sensível, amável mas impossível?
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Para um homem e uma mulher amados.
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