Isso que você chama de realidade, fato, verdade, isso a que você se apega, este piso, estas paredes, este corpo, este medo... isto eu chamarei de ilusão. Já o velho Platão nos deu a chave. Isso tudo é criação sua. Principalmente o medo que você coloca em todas as coisas como um perfume. Porque você, alienado da vida na Matrix, vive criando gaiolas na mente para morar dentro. Pensa o limite e ele se materializa. Pensa o final infeliz e vive para evitá-lo e vive infeliz. Esta infelicidade não é maldade do universo, é criação sua. E gente infeliz, meu Deus, não faz gente feliz. Então me escuta. Isso que você chama de limite, esta cinta apertada cortando a carne, esta dor na qual você se apega e chama de realidade... isto eu chamarei de ilusão. Pode gritar, espernear, apontar culpados na multidão. O universo não tem nada a ver com isso. São escolhas suas. Você aperta este cinto todas as manhãs e busca o furo intolerável. E escolhe ser arauto da dor. E escolhe espalhar a dor porque ela,
Me fez lembrar desta música "Construção" do Chico:
ResponderExcluir...Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima...
...Deus lhe pague
Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague