Let it be

A gente sempre sabe, mas esquece. A odisseia nesse planetinha chamado Terra é viagem escolhida, preparada. Não tem sorte ou azar, é roteiro estudado. Tolice seguir temendo o impossível nada. O nada que é só vazio momentâneo de respostas. O nada que é logo ali onde a mente não dá conta. Eu sempre soube. Quando jovem esperneava demais... superei. Hoje, até quando me esborracho no chão, deslizo. Cair acontece muitas vezes. A gente sempre acha que está vendo, mas não está. Tudo é enviesado nesta vida de neblina e os olhos da carne são imprecisos. E cai mesmo. Melhor se entregar à flexibilidade quando os tombos são inevitáveis. Deixar o corpo se ajustar à queda. Quebra-se menos. Eu sempre soube, mas esqueço todas as manhãs para tocar o dia. Eu sei: de onde vim, para onde vou e porque estou. Eu sei até quando acaba. E há momentos que este saber escapole, vaza para a consciência em forma de intuição. Como disse a mãe do Beatle num sonho: deixa rolar que a resposta vem. Let it be. Eu deixo. Não esperneio mais. Let it be. No fim do meu roteiro o amor me espera porque escrevi assim. Você também sabe. Let it be.

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