O Outro Planeta


O velhinho cata os lixos do parque,
Silenciosamente.
Cata os lixos da alma do mundo,
Sem alarde.

Abre buracos na terra e enterra sementes,
Anonimamente.
Explica que é para os netinhos,
Gigantesco.

Eu, catadora de lixos no caminho,
Encontro o velhinho.
E conversamos flutuando em extase
No plano sem linhas
Da compaixão, do respeito, do cuidado.
Onde a separação inexiste.
Onde o lixo que tiramos da pele do planeta
Deixa respirar nossa própria pele.
Nosso planeta, meu e dele, onde há paz.

Há tantos planetas coexistindo no aqui agora,
A física me diz.
Por que escolher o planeta dor e não o dele?
*
*
*

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