O Pequeno Príncipe e a Cobra
Eu tenho 16 anos. Tinha. Estou morta. Enforquei-me no banheiro da casa dos meus pais. Escrevo aqui através dos dedos de minha mãe. Eu nunca escrevi bem, deu-me um trabalho grande minha carta de despedida que reescrevi muitas vezes e, mesmo assim, sei que ficaram erros perdidos em algumas linhas. Esperei que o coração de minha mãe se acalmasse um pouco, então pedi a ela que me emprestasse seu dom uma vez para que eu dissesse a todos vocês que choraram e choram, que se assustaram, que ficaram perplexos, que perderam o chão: morrer é um direito de quem nasce. Viver não é obrigatório. Viver não é para compreender, é para ser bom. E para ser suficientemente bom, em algum lugar tem que bastar estar vivo. Sem enfeites, penduricalhos, sem fazer nada, sem ter nada... Tirar tudo de cima, mergulhar no vazio, na solidão, no possível e encontrar o prazer de viver, de estar conectado. Quem fica é porque encontra. Morrer também não é para compreender. Muitas teorias sobre minha morte vão caber e nenh...
Tão bonito. A Eleonora tem razão qdo fala tão bem do seu texto. Sylvia Manzano
ResponderExcluirObrigada pela visita Sylvia. Venha mais vezes.
ExcluirEu venho sp, nem sp, porém falo alguma coisa. Vc diz verdades tão acabadas, q fico em silêncio, admirando apenas.
Excluirlágrimas, lágrimas e mais lágrimas... acho que fiquei com saudade do meu pai também... pai passarinho e pai peixe, que nunca me levou nem pro céu nem pro mar, apesar do brevê e da carta de capitão amador, pq uma vez levou minha irmã mais velha para velejar e ela passou mal... era muito intolerante o meu peixe-pássaro pai... viveu sozinho as suas aventuras e se gastou logo, voltando a habitar mar e céu ao mesmo tempo, talvez realizanod seu sonho de dissolução...
ResponderExcluirai vc, nana, sempre me fazendo sentir!
Pessoa linda que eu amo de montão e tenho o prazer de conviver... Bjo!!!
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