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Mostrando postagens de julho, 2020

Abismo 6

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Hoje vamos falar sobre janelas. Sim, a aula seria sobre figuras de linguagem mas acontecimentos recentes na vida deste mestre tornaram urgente que eu falasse a vocês, nesta aula à distância, sobre janelas. Esta aqui é uma janela aberta no seu computador, no seu celular, um buraco no ciberespaço através do qual, aparentemente, um ser humano vivo diante de um outro aparelho te manda uma mensagem. Aparentemente por que as janelas virtuais podem ser imensamente mentirosas. Eu, por exemplo, tenho me sentido muito pouco humano e nada vivo atualmente. Mas voltemos às janelas. Elas são passagens, concordam? A janela atrás de mim, é uma passagem de luz, de ar, dos sons aborrecidos das crianças na quadra do meu prédio, dos ruídos monótonos do meu dia a dia que aparentemente não fazem diferença pra ninguém do outro lado... Quanta vida transita através deste buraco na realidade do prédio, já pensaram? Mas,  janela também pode ser uma passagem para a morte. Não pode? Se eu caminhasse agora, com

Platão e o Macaco Pelado

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Amiga, li sua postagem na rede social na qual você explicava seu prolongado e notado silêncio. Você, sempre tão generosa em palavras lúcidas, tinha jogado a toalha, desistido de piscar a bunda do seu vaga-lume. Eu, acostumada a me orientar pelas suas piscadas distantes, senti o golpe. E corri para o meu caderno onde, em momentos críticos, incorro no anacronismo de escrever a mão, e onde poetas de outra dimensão me socorrem com respostas. Queria ser capaz de escrever algo que te animasse a meter de novo o dedo no interruptor e reacender a lanterna vital neste imenso breu. A caneta, em modo psicográfico, escreveu no papel: Platão. Sabe o cara que viveu há mais de quatrocentos anos antes de Cristo, o grande filósofo que bebeu em Sócrates e ensinou a Aristóteles? Então, amiga, ele já  nos avisava da cegueira humana no seu texto “O Mito da Caverna”. A maior parte de nós, macacos pelados pensantes, nasce e morre dentro da caverna.  A maioria não conhecerá outra realidade. Nada de sol sobre