O Pequeno Príncipe e a Cobra
Eu tenho 16 anos. Tinha. Estou morta. Enforquei-me no banheiro da casa dos meus pais. Escrevo aqui através dos dedos de minha mãe. Eu nunca escrevi bem, deu-me um trabalho grande minha carta de despedida que reescrevi muitas vezes e, mesmo assim, sei que ficaram erros perdidos em algumas linhas. Esperei que o coração de minha mãe se acalmasse um pouco, então pedi a ela que me emprestasse seu dom uma vez para que eu dissesse a todos vocês que choraram e choram, que se assustaram, que ficaram perplexos, que perderam o chão: morrer é um direito de quem nasce. Viver não é obrigatório. Viver não é para compreender, é para ser bom. E para ser suficientemente bom, em algum lugar tem que bastar estar vivo. Sem enfeites, penduricalhos, sem fazer nada, sem ter nada... Tirar tudo de cima, mergulhar no vazio, na solidão, no possível e encontrar o prazer de viver, de estar conectado. Quem fica é porque encontra. Morrer também não é para compreender. Muitas teorias sobre minha morte vão caber e nenh...
Sermos nossos pais e mães, eis a questão! Dar-nos o carinho merecido e o afeto esperado é tudo o que devemos fazer... Eis que agora estou morando longe de meus familiares (em BH), estou amando, estou sentindo saudades, é muito saudável.
ResponderExcluirBjo, querida!
É uma grande verdade a afirmativa que precisamos aprender a sermos nossos pais, nossos cuidadores nos dando o cuidado e a aceitação que muitas vezes não conseguimos receber em nosso passado... arquivar as pastas (minha história, em arquivos revisitados... algumas chaves já perdi. Outas joguei fora. Algumas pastas revisito. Mas o bom é que sempre vamos além para aqueles que chegam e fazem parte de nossas histórias, filhos, bichos... os outros.
ResponderExcluir(Adorei o texto).