Meio Ovo
Nunca está bom. Sempre falta. Olho cheia de inveja para o jacaré no banco de areia no meio do rio. Plácido. Não falta nada. E quando falta é tão simples, tão reto. Mas eu caí na esparrela de vir ser humano. Um bicho cheio de receitas de ser. Para mim falta tudo. Acordo de manhã precisando beber menos, ganhar mais, encontrar o melhor corte de cabelo, fazer algum curso, meditar, respirar usando o diafragma, ser mais positiva, comer mais ovo, comer menos ovo, comer meio ovo, comer dois ovo, não errar o plural de ovo. Estou sempre errada, inadequada, devendo. Não consigo simplesmente apoiar a barriga no banco de areia e olhar o céu. A barriga que apoio no banco de areia é grande demais, é flácida, é um corpo estranho plasmado no meu abdome, um continente ou conteúdo psicanalítico que não cala e não me deixa em paz. Não sendo um jacaré, preciso evoluir sem descanso: encontrar minhas sombras, desvendar meus traumas, buscar a iluminação mas, claro, com humildade, não muita humildade que pode ...
Nanna de Castro que du caralho voce é. Uma menina do tamanho do mundo de uma mulher. Aaaaaamooo
ResponderExcluirTambém te amo, Nany!
ExcluirAmo suas imagens!
ResponderExcluirE também amo os pés direitos duplos... rs... eu amo mesmo... sempre quis pé direito... o que significa? hahahaha!
obrigada! ser solidária a vc é um favor pra mim! amo ouvir vc! através dos seus textos e também na mesa de um café! puro prazer e aprendizado!
beijos!
Você tem me ensinado muito também. Que venha o medo.
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