Meio Ovo
Nunca está bom. Sempre falta. Olho cheia de inveja para o jacaré no banco de areia no meio do rio. Plácido. Não falta nada. E quando falta é tão simples, tão reto. Mas eu caí na esparrela de vir ser humano. Um bicho cheio de receitas de ser. Para mim falta tudo. Acordo de manhã precisando beber menos, ganhar mais, encontrar o melhor corte de cabelo, fazer algum curso, meditar, respirar usando o diafragma, ser mais positiva, comer mais ovo, comer menos ovo, comer meio ovo, comer dois ovo, não errar o plural de ovo. Estou sempre errada, inadequada, devendo. Não consigo simplesmente apoiar a barriga no banco de areia e olhar o céu. A barriga que apoio no banco de areia é grande demais, é flácida, é um corpo estranho plasmado no meu abdome, um continente ou conteúdo psicanalítico que não cala e não me deixa em paz. Não sendo um jacaré, preciso evoluir sem descanso: encontrar minhas sombras, desvendar meus traumas, buscar a iluminação mas, claro, com humildade, não muita humildade que pode ...
muitas árvores serão envenenadas pela nova lei que padroniza as calçadas!
ResponderExcluiràs vezes acho até bom, vou embora de são paulo sem perder nada... eita cidadezinha nojenta essa...
Luisa querida, vá se embora sim mas não vá, ok? Bjos!
ExcluirTambém acho.
ResponderExcluirANTONIO PAIVA FILHO
Antônio meu caro, bom vê-lo por aqui. Bjoca.
ExcluirÉ incrível! Como inocentes folhas podem incomodar as pessoas? Muito bom!!!
ResponderExcluirAdri, é como dizem: quanto mais eu olho o homem mais gosto do meu cachorro. Obrigada por passar por aqui!
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