Meio Ovo
Nunca está bom. Sempre falta. Olho cheia de inveja para o jacaré no banco de areia no meio do rio. Plácido. Não falta nada. E quando falta é tão simples, tão reto. Mas eu caí na esparrela de vir ser humano. Um bicho cheio de receitas de ser. Para mim falta tudo. Acordo de manhã precisando beber menos, ganhar mais, encontrar o melhor corte de cabelo, fazer algum curso, meditar, respirar usando o diafragma, ser mais positiva, comer mais ovo, comer menos ovo, comer meio ovo, comer dois ovo, não errar o plural de ovo. Estou sempre errada, inadequada, devendo. Não consigo simplesmente apoiar a barriga no banco de areia e olhar o céu. A barriga que apoio no banco de areia é grande demais, é flácida, é um corpo estranho plasmado no meu abdome, um continente ou conteúdo psicanalítico que não cala e não me deixa em paz. Não sendo um jacaré, preciso evoluir sem descanso: encontrar minhas sombras, desvendar meus traumas, buscar a iluminação mas, claro, com humildade, não muita humildade que pode ...
Você vai ao encontro da Confraria com esse figurino???
ResponderExcluirAh, não vai não!
Beijo!
Será que algum dia a afrodite volta?
ResponderExcluirSocooorroo!
Bjs Maria Eugenia
Nossa acho que a Mulher Moletom tem uma irmã gemea univitelinica ( aqueles que são identicos ) aqui em casa !! hahahaha
ResponderExcluirbjs
Nucha querida, você é uma escritora maravilhosa!!!!
ResponderExcluirBjs te amo, tia Maria
Esqueci de dizer que me orgulho muito de você, no bom sentido é claro. Que Deus te abençoe e te proteja sempre. Te amo de novo. Tia Maria
ResponderExcluirParabéns! Você tem muito talento , seu texto é muito legal. Vi comentário da tia Maria, que saudades dela. Bjs. Dudu Pintado
ResponderExcluirhahahaha! não consigo parar de rir! vc escreve muito bem, o ritmo do texto é o ritmo da tal mulher moleton! parabéns, vc é uma mulher repleta de feminino transbordando por todos os lados, a afrodite de moleton!Inteligente e espirituosa!
ResponderExcluirLi de novo...
ResponderExcluirAs mulheres não deviam trabalhar...
Agora a casa está vazia, não há ninguém que a deixe limpa e florida, cheirando a comida fresca; ninguém penteando os cabelos em frente ao espelho, cantarolando, leve e linda, alienada da falta de amor que reina no mundo dos homens. Ninguém capaz de acolher o outro, capaz de colocar o outro em seu regaço macio e perfumado e acariciar seus cabelos com doçura enquanto afirma convicta e contagiante, como um adulto a sua criança: "não chore amor, não foi nada... ei... pxipxipxi... eu te amo... ei, ei... calma... vai dar tudo certo!"...
Agora somos todos homens solitários!