Acabou-se o fim

A estrada acabada e eu andando em calma sobre o nada. Sobre o nada que eu sentia no caminho que inventava. No que dava. O passo firme sobre o abismo para o abraço da morte. E na morte do apego, o fim do medo. E, no sumiço do chão, minhas asas. E no vazio do coração, minha nova casa. O fim chegou e era mentira porque nunca acaba quando o pulmão vira alma e a alma respira. Nunca acaba de fato quando o amor não cabe e derrama. Pois amar é água que segue sua trama abrindo frestas, mergulhando poros, deitando leitos. Nunca acaba se não vira mágoa na estrada que não era. Acabou, mas sigo em frente carregada nos braços daquela que morre, se aduba e regenera. E sabe que a rota é sempre desconhecida. E corre de olhos fechados. E, mesmo quando achava, não estava perdida.

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