Chovem Canivetes

Simon Berger
Chovem canivetes lá fora. Extremistas de toda cor marcham nas ruas pavimentadas pelo medo. Frustrados cospem sua agressividade na cara dos desatentos. E não são mais estranhos, são familiares e ex-amigos. Os líderes estão extintos e os superficiais assumiram o comando dos países, das empresas. O vale tudo saltou das trevas e entendemos que ele esteve o tempo todo lá, se poupando para uma nova oportunidade.  Os bons emudeceram exaustos. Se deixaram levar como cadáveres num rio. O mundo se contorce em convulsão comigo dentro. Talvez a contração de um parto que virá. Quem sabe um espelho vital para a mudança verdadeira. Ou apenas o fim, o apocalipse, o dilúvio definitivo. Chovem canivetes lá fora e preciso sair.

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