Nunca está bom. Sempre falta. Olho cheia de inveja para o jacaré no banco de areia no meio do rio. Plácido. Não falta nada. E quando falta é tão simples, tão reto. Mas eu caí na esparrela de vir ser humano. Um bicho cheio de receitas de ser. Para mim falta tudo. Acordo de manhã precisando beber menos, ganhar mais, encontrar o melhor corte de cabelo, fazer algum curso, meditar, respirar usando o diafragma, ser mais positiva, comer mais ovo, comer menos ovo, comer meio ovo, comer dois ovo, não errar o plural de ovo. Estou sempre errada, inadequada, devendo. Não consigo simplesmente apoiar a barriga no banco de areia e olhar o céu. A barriga que apoio no banco de areia é grande demais, é flácida, é um corpo estranho plasmado no meu abdome, um continente ou conteúdo psicanalítico que não cala e não me deixa em paz. Não sendo um jacaré, preciso evoluir sem descanso: encontrar minhas sombras, desvendar meus traumas, buscar a iluminação mas, claro, com humildade, não muita humildade que pode ...
Lágrimas de emoção!
ResponderExcluirSafo, és especial demais para mim!
Beijo da Nigro.
Estamos juntas e sobra amor.
ExcluirSua sabedoria me incomoda. Você leciona em alguma escola?
ResponderExcluirC.N.
Não. Eu, na verdade sou uma personagem criada por uma autora teatral. Dá para acreditar? Pois é: coisas estranhas que acontecem neste blog. Hehehe. Venha sempre.
Excluir"Estamos juntas e sobra amor"
ResponderExcluirUma bela descrição da verdadeira amizade!
Te amo!
Nigro
Sempre me lembro de duas loucas dirigindo por uma estrada sinuosa, berrando uma música chorada e deliciosamente brega que dizia: vai, que as esquinas da vida te fazem voltar. Sempre me lembro, especialmente quando me pego tentando trancar a porta à chave. Que delícia que é conseguir experimentar a liberdade de ficar, e ir, e ver o outro ficando, ou voltando. Luv u pra xuxu!
ResponderExcluirLuv u tiu, Dede. Muito mesmo!
ResponderExcluirUau!!! Adorei, é isso aí <3 Beijo.
ResponderExcluir... mas o que fazer, depois que você já deu de cara com "a fantasma" de verdade! Quando a ilusão se precipita na consciência, ela vira duuuuura realidade! Dóóói tanto, que agente nem sabe se é capaz de amar novamente! Sou agora como borboleta na chuva! Adorei o seu texto! Bjo ;)
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