O Pequeno Príncipe e a Cobra
Eu tenho 16 anos. Tinha. Estou morta. Enforquei-me no banheiro da casa dos meus pais. Escrevo aqui através dos dedos de minha mãe. Eu nunca escrevi bem, deu-me um trabalho grande minha carta de despedida que reescrevi muitas vezes e, mesmo assim, sei que ficaram erros perdidos em algumas linhas. Esperei que o coração de minha mãe se acalmasse um pouco, então pedi a ela que me emprestasse seu dom uma vez para que eu dissesse a todos vocês que choraram e choram, que se assustaram, que ficaram perplexos, que perderam o chão: morrer é um direito de quem nasce. Viver não é obrigatório. Viver não é para compreender, é para ser bom. E para ser suficientemente bom, em algum lugar tem que bastar estar vivo. Sem enfeites, penduricalhos, sem fazer nada, sem ter nada... Tirar tudo de cima, mergulhar no vazio, na solidão, no possível e encontrar o prazer de viver, de estar conectado. Quem fica é porque encontra. Morrer também não é para compreender. Muitas teorias sobre minha morte vão caber e nenh...
Ei Nanna! Aqui é o Thiago Tenório, marido da Débora Gomez, seu ex-brevíssimo-assistente, rs. Enfim, tenho que parar de ficar me reapresentando.
ResponderExcluirCara, que genial essa crônica! Eu e Débora ficamos debatendo sobre isso aqui. Me marcou principalmente: estou ameaçando umas voltas pela rua sem ele, caminhadas até a padaria, incomunicável.
Será que conseguiremos desintoxicar?
Muito legal seu blog, virei mais vezes!
Abração!
Muito boa idéia esta de ficar "incomunicável"...
ResponderExcluirVou tentar algumas vezes.
Já senti esta síndrome da incomunicabilidade quando das caminhadas na praia do Forte S.João, onde celular não "pega" - hahaha!
Vou seguir sua sugestão...
Vou ficar mais tempo sem Êle!
Bjs do seu primo do Rio.
É isso mesmo. É possível viver sem ele. E sem eletrônicos. Já testei por dias, ficar sem celular e sem internet (que adoro e sou viciada) e o mundo não desabou. Nem o profissional nem o emocional, ou o familiar. Precisamos reaprender a nos desapegar das coisas, perder mal hábito, sermos mais gentis e educados. Se rehabituar a pensar antes de responder. Mesmo que seja somente às vezes.
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