Estou de saco cheio do hermetismo pretenso-artístico. Quero a arte consumível pelo povo. Estou de saco cheio dos intelectuais da arte. Iluminados que vivem de uma suposta capacidade de avaliar e entender a arte, que nos falta, aos seres humanos comuns. A arte que nos falta. Estou de saco repleto do saber que pretende o poder. Carrasco das emoções. Que disseca e destrói em vez de sentir. Que não se diverte. Que senta-se na platéia para mostrar-se. Morte aos homens-citação com suas caras desbotadas onde falta sangue. Estes que se apropriam da obra do artista, nascida popularmente do rio que corre no quintal de todos nós, e trancam-na numa maldita caixinha de vidro, e cercam-na de uma complexidade repulsiva, e sufocam-na com barricadas de livros inteligentes, e pós graduações lá nas faculdades de nome bem difícil, e colocam-na em um maldito pedestal apenas porque isso os eleva. Não amam a arte ou o artista e sua obra. Amam este degrau que acreditam ter alugado no pedestal da arte. Num ...