Alada
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Carsten Witte |
Eu espero o voo... o próximo voo
Nasci com asas invisíveisE o solo, no início, me incomodou
Na crescida aprendi o ninho
Onde cultivo amores-imperfeitos
Mas o chão não é minha casa
Moro onde os pés não têm apoio
Onde as mãos alcançam o nada
Moro no vento, naquele azul mais profundo, na solidão do vácuo
Nasci com asas invisíveis
E esta estranheza nas costas já me pesou muito
E já morei em gaiolas tentando ser gente, ser o outro de alguém
Hoje estou casada com o céu
E espero o voo... o próximo voo
Até um dia ir alto demais
E morrer nos braços do infinito.
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