O Estupro - Parte II

(Continuação do post anterior) Foto Marc Hoppe Frio. A pele nua sentia frio. Cecília estava quase chegando à tona. As pálpebras batiam-se freneticamente determinadas a escancarar os olhos. Sentiu novamente os braços e pernas e num espasmo tentou mover-se. Inútil. Tinha os pulsos e tornozelos amarrados à cama de casal. Alguém se mexia rapidamente perto dela, a imagem foi tornando-se mais e mais nítida. Começou a forçar as faixas que a prendiam à cama. Finalmente conseguiu arregalar os olhos vivos e acordados. Quase simultaneamente uma venda desceu sobre seu rosto e foi amarrada à sua nuca. Tudo ficou escuro outra vez. Então, enlouqueceu. Como um peixe que se descobre fisgado, ela debateu-se convulsivamente. Gritos, choro, longos minutos do desespero antes da entrega. Após esta brevíssima eternidade, o peixe entregou-se e deixou-se puxar pelo anzol como um cachorrinho de madame. Cecília, esgotada, largou o corpo sobre o lençol de cetim. Soluços fundos vier...