(continuação do post anterior) Pausa. Aqui é preciso contar que Maria Cecília teve muitos homens e, desde o primeiro, todos ela seduziu. Às vezes sem saber que seduzia, às vezes despudoradamente, como uma prostituta a trabalho. Muitos quiseram guardá-la, desde o primeiro, desde o pai. Mas Cecília escapou sempre entre os dedos que apertaram. A sedução era seu vício e sua jaula. Vendia-se compulsivamente aos homens, nunca se entregava. Ao lado do pai amargurado e do ator de teatro aos prantos, tantos outros remendando seus cacos depois que ela partia. Talvez eu esteja até sendo injusta. Talvez mulher nenhuma nesse mundo mereça um estupro. Mas, lá no fundo, insiste a ideia de que não havia mesmo outra forma de profundamente tê-la. Porém, é fácil filosofar com a crueldade dos autores que sempre se salvam quando é ela que está sendo violentada e não eu. Submetida pela força, restou a Maria Cecília gritar palavrões imundos contra o desconhecido. A cada estocada violenta, ela reagia ...