Aperta o K
Encontrar ficou difícil, impossível, fácil é desencontrar. Instalei um ícone do Facebook na minha área de trabalho: janela ilusória para o outro. Um pop-up avisa que fulana curtiu um troço que eu falei e beltrano comentou minha nova foto do perfil. Saudade de fulana e beltrano. Estão vivos, parece, a pop-up me disse que sim. Devem estar com alguns cabelos brancos já. O que vejo são fotos, todas ótimas. Em nenhuma ele está vomitando no banheiro do boteco ou ela tem o rimel escorrendo de tanto chorar. A profundidade humana emocionada se foi, restou a quantidade. Tenho três mil amigos ou mais. Todo dia adiciono um ao nada. E a cada mês faço um esforço focado de colocar um deles diante dos meus olhos e atrás de uma xicrinha de café. Em geral, eles não podem, ocupados, lotados. Carregados enxurrada abaixo como eu, feito toco flutuante que vai esbarrando aqui e ali em gente que não escolheu. Um desses amigos, que tive o prazer de encarar em um almoço numa mesinha de calçada sob o sol d...