Pode Acabar
Não é mais sobre a guerra. Nenhuma guerra. É sobre a Terra, toda a Terra. Por que não é mais sobre quem estava certo, quem ganhou, quem venceu. É sobre a espécie que sobreviveu. Não é mais sobre o dono da autoridade, quem tem o cargo pra mandar. É sobre assumir a autoria de pequenas crueldades. É sobre a capacidade de autorizar essenciais alegrias. Não é mais sobre recursos a explorar. É sobre a sabedoria de recusar-se a explorar, mudar o curso. Nem é sobre a urgência de cada reciclagem. É sobre a inteligência de ouvir a mensagem vital e se curvar humildemente ao ciclo natural. Não é mais sobre o poder que nos trouxe até aqui. É sobre reinventar o poder pra seguir sem apodrecer. Não é sobre o crescer é sobre o parir. Nem sobre o ter, é sobre o sentir. É sobre consumir sem adoecer. É muito sobre o que virá e ao mesmo tempo é sobre o já, o agora. E não é sobre a dor que vem de fora, o inimigo que ameaça. É sobre se saber o predador e sempre a caça. E não é sobre ser sal...
Lindo, Nanna. Saudades. Carlos.
ResponderExcluirsigo teu blog com carinho e interesse. agora não perca mais as oportunidades de dizer que a gente gosta de alguem, antes que ela fique sem saber disto...
ResponderExcluirabraços e força nos renascimentos
Pedro Fontes
Nanna, isso não foi um texto. Foi música de orquestra, arrebatada, em estado, sólido, estado de palavra. Uau! Ouvi toda a força por trás das frases...
ResponderExcluirnascer é muito comprido, como diz o poeta.
Bravo!!
Tenório
Crise de meia-idade. Se ataca os homens aos enta não posso deixar de questionar se a alma da mulher tem a mesma idade cronológica do corpo. Desde os doze tenho pelo menos uma por ano. Curioso é que não morri aos vinte e poucos. Ou talvez eu tenha. Talvez eu morra um pouquinho em cada uma delas. Não reconheço essa moça no espelho mas confesso que simpatizo com ela. Gostei do corte de cabelo. Sempre quis um assim.
ResponderExcluirNanna, seu texto veio complementar o filme "Homens e Deuses" que também me impressionou muito. Arrebatador!
ResponderExcluirAgora quero o renascimento pós Páscoa.
Beijos.
Ernê